Mascotes dos Jogos Olímpicos

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Em todas as edições das Olimpíadas Modernas, o país sede cria mascotes para os jogos. Queridos pelas crianças, esses mascotes representam a cultura, a natureza e os animais daquele país. No Brasil, eles ganharam nomes de importantes músicos da MPB, uma forma de homenagear Vinicius de Moraes e Tom Jobim.

Vinicius é o mascote dos Jogos Olímpicos. Criado em 2009, é uma mistura “animal” de todos os bichos brasileiros. Já Tom é o mascote dos Jogos Paralímpicos, uma criatura mágica que mistura todas as plantas das florestas brasileiras.

mascotes

Principais símbolos olímpicos

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bandeirapost– Bandeira: A tradicional bandeira olímpica foi criada pelo Barão Coubertin em 1913, e foi estiada pela primeira vez nos jogos de Antuérpia, em 1920. “A Bandeira Olímpica é composta por um fundo branco, com 5 anéis entrelaçados no centro: amarelo, azul, preto, verde e vermelho. Este desenho é simbólico e representa os 5 continentes habitados do mundo, unidos pelo Olimpismo, enquanto as seis cores são aquelas que aparecem em todas as bandeiras nacionais até o presente momento”.

 

juramentopost– Juramento: Também apareceu nos Jogos de Antuérpia e foi pronunciado pelo esgrimista belga Victor Boin. O texto se inspira no juramento que os atletas da antiguidade faziam no primeiro dia dos jogos: “Prometemos participar destes Jogos Olímpicos como competidores leais, observar escrupulosamente as regras e dar provas de espírito cavalheiresco pela honra de nossos países e pela glória do esporte”. Hoje o juramento é feito por um atleta anfitrião na abertura das Olimpiadas.

 

tochapost

– Tocha Olímpica: A tocha é o elo entre os Jogos da Antiguidade e os Jogos da Era Moderna. A chama sagrada, tida como elemento purificador, anuncia o começo dos Jogos e convoca o mundo a celebrá-los em paz. Em Olímpia, no templo de Héstia, a deusa do lar, uma chama sempre ficava acessa simbolizando a perenidade do Estado. A tocha Olímpica foi acessa pela primeira vez nos jogos de Amsterdã, em 1928.

 

 

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– Lema Olímpico: A frase grega Citius, Altius, Fortius significa “o mais rápido, o mais alto, o mais forte” serve como lema do ideal olímpico e resume a postura que um atleta precisa ter para alcançar seus objetivos. Sua essência está na superação dos limites.

 

 

 

trompetepost– Hino: A primeira versão foi composta por Spiridon Samaras para os Jogos de Atenas, em 1896, com base no Hino a Apolo, cujo texto, descoberto em Delfos pouco antes, tinha sido musicado por Gabriel Fauré. Depois desse, sucederam vários outros hinos, como o que Richard Strauss compôs para os Jogos de Berlim, em 1936, e as versões criadas para as Olimpíadas de Londres, 1948, e Helsinque, 1952. Atualmente o hino voltou a sua versão original de Spiridon Samaras e é executado quando a bandeira Olímpica é hasteada em todas as cerimônias oficiais.

 

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– Coroa de louro: A coroa de louro já era usada nos jogos da Grécia antiga para premiar os vencedores. Por esse motivo, o adereço se tornou símbolo da vitória.

*Foram usadas fontes documentais como livros de mitologia, edições especiais de revistas como a Veja Na História, sites escolares e documentários da TV Escola.

O Barão dos jogos

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Barão de Coubertin

Os jogos olímpicos gregos foram disputados por mais de seis séculos até que o imperador Teodósio I proibiu a realização do evento por se tratar de uma festa pagã em 393 d.C.. Invadida pelos romanos, no século VI, a cidade de Olímpia foi destruída por um terremoto e uma enchente, sobrando apenas ruínas. Os jogos só voltaram na era moderna quando o pedagogo e historiador francês Pierre de Frédy fundou o Comitê Olímpico Internacional.

Nascido na França em 1863, Pierre pertencia a uma família aristocrata e tinha uma carreira militar planejada para seu futuro. Contrariando as perspectivas, o jovem humanista acreditava que o poder da educação era maior que o das armas, decidindo instituir uma reforma pedagógica na França.

Sob o título de Barão de Coubertin, o historiador viajou para a Inglaterra, Estados Unidos e Canadá, para pesquisar sobre os métodos pedagógicos de cada país. Coubertin viu no esporte um recurso a ser usado dentro das escolas e levou a ideia estrangeira para as salas de aula francesas. No início sofreu resistência, já que para sociedade francesa o esporte era visto como perca de tempo e um inimigo moral da educação.

Realizado o primeiro sonho de mudar o método de ensino nas escolas, Coubertin decide retomar os Jogos Olímpicos da Grécia e em 1896, em Atena, o espírito olímpico volta a fazer parte das nações de todo o mundo. Seu trabalho pelo esporte foi reconhecido em 1935, quando Pierre ganhou o prêmio Guy Wildenstein da Academia de Esportes. A medalha Pierre de Coubertin é dada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) aos atletas que demonstram o verdadeiro espírito olímpico durante os jogos.

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Primeiro Comitê Olímpico dos Jogos Modernos

*Foram usadas fontes documentais como livros de mitologia, edições especiais de revistas como a Veja Na História, sites escolares e documentários da TV Escola.

 

 

Corrupção desde a.C.

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Dracma, a moeda da Grécia Antiga

Desvios nos recursos destinados à realização dos jogos olímpicos são contestados a cada novo evento, mas isso não é novidade para o esporte. Na Grécia Antiga, os jogos passaram de uma festa para interação pacífica entre a população para uma forma de acumular dinheiro.

Os atletas representavam as cidades-estados onde nasceram. A vitória nos jogos conferia prestígio e poder à cidade campeã. Visando um melhor desempenho de seus atletas, as cidades-estados começaram a remunerar seus heróis, além de garantir alimentação balanceada e uma rotina exaustiva de treinos.

O que no começo servia como estímulo para honrar sua cidade natal, resultou em interesse material e corrompeu atletas que “se venderam” para outras cidades-estados, por oferecerem um “bolsa-atleta” mais atrativo. Isso causava a indignação da população, que via seus melhores competidores se aliando a outras cidades para enriquecer. Atletas que cometiam a traição eram punidos com o exílio de suas cidades.

Na XCVIII Olimpíada, o pugilista Eupolos subornou três de seus adversários para que ele ganhasse a competição. O senado da cidade de Olímpia resolveu punir os atletas corruptos com uma multa em dinheiro. Os recursos arrecadados foram usados para construir estátuas em homenagem a Zeus, sendo que em uma delas foi registrado a frase: “Não é com dinheiro, e sim com pernas rápidas e um corpo robusto que se alcança a vitória de Olímpia”.

*Foram usadas fontes documentais como livros de mitologia, edições especiais de revistas como a Veja Na História, sites escolares e documentários da TV Escola.

Vida de atleta

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É de conhecimento geral que os gregos antigos cultuavam o corpo. A preocupação com a beleza e simetria sempre esteve presente no dia-a-dia daquele povo. Quando se tratava de competições esportivas, tais características não eram deixadas de lado.

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Representação dos Jogos Olímpicos da Grécia Antiga

Os atletas eram escolhidos à dedo. Os jogos serviam para provar a capacidade física dos homens perante os deuses. Durante as primeiras competições, somente os homens podiam assistir e participar das provas. Os atletas, vindos de várias cidades-estados, chegaram com dias de antecedência à Olímpia, para se prepararem para os jogos.

Pra quê uniforme?

O primeiro grande ganhador das olimpíadas antigas, Corobeu, venceu uma prova de corrida em uma pista de 170 metros e se tornou notório por competir nu, porque pensava que estando despido seu desempenho seria melhor. Isso fez com que vários outros atletas começassem a disputar as provas sem nenhuma veste.

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Atletas gregos treinando para os jogos

Mesmo os vestidos, não usavam muito pano. Desde o começo, os atletas tinham consciência que a roupa pesava e podia atrapalhar a realização de certas provas, por isso usavam apenas uma espécie de fralda de tecido tampando as partes íntimas, sandálias rasteiras com cordas que se transpassavam até os joelhos e fitas vermelhas amaradas na cabeça e braços. Antes das competições, os homens depilavam todo o corpo com um utensílio de metal curvado e afiado, e em saunas também passavam óleo na pele.

Recompensa

O atleta vencedor da principal prova dava seu nome aos jogos. Como hoje chamamos “jogos do Rio” por causa da cidade que sedia a competição, na Grécia antiga era “jogos de Corobeu”, por exemplo. Além da homenagem, o atleta ganhava uma coroa de louro, alimentação gratuita por toda vida, garantia de lugar em teatros e isenção de impostos. Um decreto criado pelo legislador Sólon em 580 a.C. dava o direito a um prêmio de 500 dracmas para os vencedores olímpicos, quantia suficiente para comprar um considerável rebanho de ovelhas, o que fez com que o espírito competitivo perdesse lugar para o interesse financeiro.

*Foram usadas fontes documentais como livros de mitologia, edições especiais de revistas como a Veja Na História, sites escolares e documentários da TV Escola.

Provas da Antiguidade

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disco

A competição acontecia no verão, a cada quatro anos e durava cinco dias, entre provas, rituais e meditações. No auge dos jogos, o estádio de Olímpia recebia quatro mil visitantes, pessoas vindas de toda Grécia para assistir, competir ou lucrar com o evento, como faziam os comerciantes que traziam no lombo de animais suplementos para vender aos espectadores.

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Vaso grego com pintura representando as provas de corrida

Nos primeiros jogos houve apenas disputas de corrida de 170 metros rasos. As distâncias foram aumentando nos eventos seguintes, com provas de 200 e 400 metros rasos e uma que variava de 1400 à 4800 metros. Também havia a corrida com armaduras, o “pentathlon” que misturava corrida, lançamento de javelin (tipo de lança pequena), lançamento de disco, salto em distância e luta.

Havia provas individuais de salto, arremesso de lança, boxe, “pankration” que era um tipo de luta-livre em que qualquer tipo de golpe era permitido e por isso era a mais violenta com mortes de atletas.

luta

Prova de luta

A corrida de cavalo e a prestigiada corrida de bigas também estavam entre as modalidades. Naquela época, as provas exigiam mais força do que técnica dos atletas.

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Detalhe de vaso grego com pintura representando a corrida de bigas

Segundo o professor de ciência do esporte Peter Radford, havia música durante as provas, já que vasos datados do mesmo período tinham pinturas de homens lançando discos com tocadores de flauta ao lado. “Parecia que a música fazia parte da competição”, nas palavras do professor.

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Vaso com imagem de uma mulher tocando harpa enquanto ocorre uma das provas dos jogos

*Foram usadas fontes documentais como livros de mitologia, edições especiais de revistas como a Veja Na História, sites escolares e documentários da TV Escola.

 

Olímpia, a cidade-esporte

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Uma das prováveis origens dos jogos olímpicos é mitológica. O herói Hércules, filho de Zeus com uma mortal, sempre provocou ciúmes da esposa legítima do deus. Hera tentou matar Hércules quando ele ainda era um bebê, mas sem êxito. Mais tarde submeteu o jovem a doze tarefas perigosas e impossíveis para um humano comum. Decepcionando o desejo de Hera, “os doze trabalhos de Hercules”, como ficou conhecido, foram cumpridos rendendo ao filho do deus do Olimpo status e até um casamento.

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Ruínas do Estádio de Olímpia

Os trabalhos consistiam, em maioria, em caçar e matar feras e monstros, mas um deles é apontado como motivo para a criação dos jogos. Hércules teve que limpar os estábulos do rei Áugias, da cidade-estado de Élida. Não parece tão difícil, mas o rei Áugias era dono de um rebanho de três mil bois e seus estábulos não eram limpos há trinta anos. A solução que Hércules encontrou para executar tal façanha foi desviar o curso dos rios Alfeu e Peneu, fazendo-os passar por dentro do estábulo e assim as águas levariam toda a sujeira acumulada com a correnteza.

Este sem dúvida deu trabalho para o semideus. Tanto que para comemorar o término do serviço, Hércules inaugurou os jogos olímpicos na cidade de Olímpia por volta de 776 a.C.. Foi construído um templo na cidade para adoração do pai de herói, com uma estátua gigantesca do deus feita de marfim e ouro, e assim os jogos se tornaram uma forma de homenagear Zeus.

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Ruínas do Templo de Olímpia

*Foram usadas fontes documentais como livros de mitologia, edições especiais de revistas como a Veja Na História, sites escolares e documentários da TV Escola.

Os Jogos Olímpicos da Antiguidade, o sonho do Barão e seus símbolos

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De quatro em quatro anos há uma trégua entre os países. As rixas e questões políticas são deixadas de lado para que uma das “paixões mais nobres” entre em cena, ou melhor, no estádio. Uma festa milenar, herdada dos gregos, une nações durante duas semanas. Faz com que pessoas superem seus limites independentemente de sexo, idade, classe social, religião e limitações físicas. Cada transmissão deixa crianças vidradas na televisão, sonhando em poder realizar tais façanhas, e comove os adultos pela competição.

Esse ano é histórico para o nosso país. Pela primeira vez, o Brasil vai sediar os Jogos Olímpicos, com provas marcadas para acontecer no Rio de Janeiro. Embarcando na onda olímpica, o Blog LEAD produziu uma série especial de matérias. Você vai poder conhecer um pouco mais da história dos jogos, sua origem e principais símbolos.

A partir desse domingo, 5, começa a série “Da religião à tendência cosmopolita”, título inspirado em uma entrevista do Barão de Coubertin, criador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna.

*Foram usadas fontes documentais como livros de mitologia, edições especiais de revistas como a Veja Na História, sites escolares e documentários da TV Escola.